Como cheguei no loiro platinado em um dia

Oi! Tudo bem?

 

Passei aqui hoje para contar como voltei pro loiro platinado e obtive o resultado que queria sem danificar os fios. Pedi para que vocês me enviassem as maiores dúvidas então vou tentar escrever respondendo as mais frequentes. Desde A adolescência, a única cor além da minha natural que eu gostei em mim foi o loiro platinado. Então todas as vezes que voltei pra cor natural e jurei que nunca mais pintaria eu falhei e acabei pintando. (Quem nunca?) Eu estava há mais de 3 anos sem pintar o cabelo e cortando no ombro todo mês e a tinta já tinha saído inteira e ele estava completamente natural. O que facilitou muito no processo de descoloração. Um cabelo que já tem tintura, provavelmente vai ressecar mais e demorar mais para chegar no tom certo.  Eu também não faço nenhum procedimento de alisamento. Ele é liso natural.

Todo o procedimento foi feito usando os produtos da K.PRO e antes disso, fiz uma hidratação de 4 passos para preparar meu cabelo pra química que durou 1 mês. O que colaborou ainda mais para ele não ficar tão ressecado depois da descoloração. Fiquei no salão das 10:00h da manhã até 19:00h. Esse foi o tempo que levou todo o processo.

O que foi feito?

Primeiro foi aplicado Defense System Pré Defense para auxiliar na proteção do cabelo.
Foi realizado um clareamento com pó descolorante da K.PRO white blonde com ox de 30 volumes, no meio do processo foi reaplicado descolorante com 20 volumes e o uso do poderoso Defense System-Defense bond 1 (produto que vai dentro da massa clareadora).

Ao final do clareamento foi enxaguado e iniciado o processo de tratamento e neutralização/matização.
O tratamento utilizado foi o REGENER da K.PRO (mais nova e melhor tecnologia de reconstrução de fios do mercado).

Entre os passos 1 e 2 foi feita a neutralização/matização com Toner 11.89 da K.PRO.

Me perguntaram muito qual a técnica usada e a que ela usou foi a técnica de desfiado e transparência na raiz na cabeça toda, ela fez todo o contorno sem desfiar, só com transparência e depois esfumou a raiz com o mesmo tonalizante que foi usado no cabelo todo. Durante todo o processo ela tomou bastante cuidado checando sempre a elasticidade dos fios para preservar a saúde do cabelo. Foi feito antes um teste de mechas também pra ver como meu cabelo reagiria. E reagiu super bem.

Sobre a manutenção e retoque de raiz:

Eu nunca gostei de raiz mais escura, todas as vezes que fiquei loira foram totalmente. Da raiz até as pontas. Mas isso machucava muito meu couro cabeludo. Eu retocava a raiz de 20 em 20 dias mais ou menos e sempre ficava tudo machucado. Dessa vez optamos pela raiz esfumada porque além de ser menos agressivo para os cabelos, o retoque pode ser feito de 3 em 3 meses mais ou menos. Então é bem mais tranquilo. E até que estou gostando dela mais escura dessa vez.

Antes mesmo de passar o tonalizante para matizar e neutralizar a cor, ele já estava bem branco. Então na medida que for desbotando, não vai ficar tão amarelo assim.

Para manter em casa estou usando a linha Special Silver Blond da K.PRO.

Shampoo e condicionador Special Silver Blond: são ricos em queratina e caribbean oil que é super nutritivo e ajuda a evitar a oxidação da cor. Uso 2 vezes por semana. Não chumba e é bem suave. O cabelo fica bem macio e com a corzinha que eu gosto.

Ph Balancer: Auxilia no alinhamento cuticular promovendo brilho e maciez. Uso 1 vez por semana.

Argan Power Oil: Blend de óleos vegetais que nutrem e protegem os fios até a próxima lavação.

Para hidratar estou indo toda semana na @studioelmahair para fazer cronograma capilar. Deixo tudo sempre salvo no destaque “cabelos” lá no meu instagram. Não matizo o cabelo em casa, de 20 em 20 dias mais ou menos ela da uma matizada com um shampoozinho.

É muito importante escolher bons profissionais principalmente para esse tipo de procedimento porque é algo que danifica muito os fios. Eu confio muito na minha cabeleireira e recomendo de olhos fechados pra quem estiver procurando uma. Sigam ela lá no Instagram para acompanhar o trabalho incrível dela: @studioelmahair

Além de um ótimo profissional, mais importante ainda é na hora de escolher bons produtos. Tanto na hora do procedimento quanto na manutenção e nos cuidados em casa. Nós escolhemos a K.PRO e eu não poderia estar mais feliz com o resultado. Se vocês tiverem mais alguma dúvida deixem nos comentários ou entrem em contato com o técnico responsável @mauricioscienza ou pela distribuidora da @kprofloripa: @scbeauty.oficial

Eu amei muito o resultado e ele está super saudável para um cabelo que foi inteiro descolorido. Agora é só cuidar direitinho para manter ele assim.

Espero que tenha ajudado. Beijo.

Adaptação: Como introduzir um novo gato em casa

Olá,

finalmente apareci por aqui e dessa vez pra falar sobre algo que eu amo muito e que vocês pediram bastante: gatos. Vou contar um pouquinho como está sendo a adaptação do Magnus com o Castiel.

Acho que todo mundo sabe que eu sempre quis trazer um irmãozinho pro Castiel mas nunca consegui. Como eu trabalho de casa e quase nunca saio, o Castiel é muito apegado a mim. Quando saio de casa ele só come quando eu volto e quando preciso viajar é pior ainda. Ele sempre me acompanha até a porta e está sempre lá quando eu volto. É meu companheirinho. Dorme comigo, come comigo, acorda comigo, me segue pela casa… ele também é muito possessivo e ciumento e sempre que eu tentava procurar outro gatinho ele já mudava totalmente de comportamento. Eu já estava conformada em ter um filho único.

Mês passado de manhã bem cedo, vimos um gatinho filhote em cima de um muro na minha rua desesperado miando. Não pensei duas vezes e fui lá buscar ele. Fico pensando em quantas pessoas passaram por ali e ignoraram completamente. Isso me deixa muito triste. Eu leio bastante sobre gatos no geral e ano passado fiz um técnico em veterinária então eu já sabia que eu não podia deixar ele ter nenhum contato com o Castiel e nem com as coisinhas dele antes de fazer alguns exames principalmente FIV e FELV. Na minha cabeça eu já estava conformada que o Castiel não aceitaria ele e seria apenas um lar temporário. Até falei no meu primeiro story que fiz sobre que não poderia ficar com ele. Já tinha até uma menina interessada nele (inclusive desculpa, ela queria muito e eu fiquei pra mim no final).

Deixei ele em um quarto que o Castiel não costuma usar muito, dei ração e água (ele tava com tanta fome que fazia barulhinhos enquanto comia) e liguei  pra veterinária do Castiel pra levar ele lá pra fazer os exames. Felizmente deu negativo pra FIV/FELV, ele estava sem pulgas por incrível que pareça e demos vermifugo pra ele também. Isso é muito importante ok? Nunca deixe seu gato ter contato com um que você trouxe da rua sem fazer os exames.

Não preciso nem falar que eu já estava completamente apaixonada por ele, comentei até que não entendia como as pessoas conseguiam dar lar temporário. Eu não tenho psicológico pra isso, eu já não sabia viver sem ele e fazia só 1 dia que ele tinha me achado (eu acho que ele que me achou, assim como o Castiel).

Começou então minha jornada de adaptação. A primeira coisa que vocês precisam ter na hora de introduzir um gatinho novo em casa é PACIÊNCIA. Não adianta apressar as coisas que vai ser pior. Pode demorar semanas ou até meses. Se você apressar as coisas pode ser que eles nunca se acostumem de fato, só comecem a tolerar um ao outro. Ao contrário do que muitos pensam, os gatos não são solitários, eles conseguem sim ser sociáveis mas gostam das coisas bem resolvidas em casa e que respeitem o espaço deles. Eles são na verdade territorialistas. Por isso essa adaptação e mudança de rotina é extremamente estressante pra eles e todo cuidado é pouco.

A primeira coisa que eu fiz foi fazer um quartinho pro Magnus com todas as coisas que um gato precisa: comida, água, caixa de areia, brinquedos, caminha e arranhador. É importante cada gato ter suas próprias coisas nesse início pra não dar briga ou então ter coisas suficientes pra eles dividirem sem nenhum desconforto. Mantive eles separados e comecei a deixar eles se olharem pela fresta da porta pra sentirem o cheiro um do outro. No começo o Castiel bufava, rosnava e miava grosso pra ele. Achei até engraçado porque depois de ver o Castiel fazendo, o Magnus começou a imitar e a fazer igual. Aos poucos fui colocando eles juntos. Primeiro deixei o Castiel entrar no quarto que ele estava e cheirar tudo. Larguei o Magnus pela casa também pra conhecer. Primeira vez que deixei eles juntos eu coloquei o Magnus na caixinha de transporte fechada e deixei o Castiel ver bem e cheirar bem ele por ali.

Muito importante: por mais que seja difícil, nunca mime o gato novo na frente do outro, isso só vai deixar ele se sentindo mal, com ciúmes e com raiva do pequeno e vai dificultar ainda mais o processo.

Pra minha surpresa, o Castiel não reagiu tão mal a ele. Comecei então a deixar eles juntos em alguns momentos do dia para brincar. Sempre dando bastante petiscos e brincando o máximo possível com eles. Na medida que fui sentindo mais segurança, fui aumentando a frequência. Me assustei um pouco no começo porque eles brincam de lutinha e o Castiel tem 6kg. Magnus não tinha nem 800 gramas quando chegou aqui. Agora já está com 1,5 kg. Eu achava que o Castiel ia matar ele. Mas fui pesquisar e vi a diferença entre brincadeira e uma briga real de gatos. Mas mesmo assim, eu ainda separo algumas vezes quando acho que está muito intensa a luta. Outra dica é passar essência de baunilha nas costas deles. Pra ficarem com o mesmo cheiro. Isso ajuda muito na adaptação.

Passei a deixar eles cada vez mais tempo juntos mas sempre supervisionando. Na hora de dormir eu ainda trancava ele no outro quarto pro Castiel não ficar com ciúme porque ele dorme comigo na minha cama.

Em menos de 2 semanas eles já estavam se dando banho e dormindo juntos. Pra minha surpresa. Acho que nunca fiquei tão feliz. Isso vai depender muito da personalidade de cada gato e se o santo vai bater ou não. Eu acho que era pra ser, sempre quis e nunca consegui e dessa vez deu certo!

Quanto a ração: o Magnus precisa comer ração de filhote até completar um ano e o Castiel come pet delícia (que é alimentação natural) e ração pra gatos castrados. A Pet Delícia eu posso dar pros dois mas não consegui encontrar um jeito de um não comer a ração do outro. Principalmente o Magnus. Ele só quer a do Castiel. Tentei de tudo. Então minha solução foi misturar as duas. O Castiel precisa ter o pote com ração sempre cheio senão ele surta. Por isso ainda mantenho a seca em casa mesmo ele comendo pet delícia. E por isso colocar em cômodos separados só na hora de comer não funcionou. Porque precisa ter sempre ração no pote dele. Não funcionou também colocar a do Castiel em um lugar alto porque o Castiel não é do tipo que escala, mas o Magnus sim! Ele sobe em tudo.

Hoje em dia já tenho confiança de deixar os dois sozinhos, mas ainda preciso separar em alguns momentos porque o Magnus tem muita energia e o Castiel as vezes quer descansar e ele não deixa. Eu passei esse último mês sem conseguir dormir mais de 4 horas por dia porque fiquei em função deles. Por isso digo: paciência.

Castiel é castrado e está com 4 anos. Magnus tem 3 meses e só vai ser castrado com 6 meses.

Cada um tem sua caixinha de areia e por algum motivo eles usam uma pra xixi e a outra pra cocô.

Lembrando: essa foi a minha experiência. Pode demorar bem mais. E se já faz mais de ano e seus gatos não se acostumaram ainda  é bom você tentar refazer a adaptação. Gatos que são amigos se dão banho e dormem juntos! Se eles não fazem isso, provavelmente só se toleram.

Com calma e paciência tudo vai dar certo sempre.

Espero ter ajudado. Tenho um destaque “Magnus” no meu Instagram que mostrei tudo desde o primeiro dia e criei um “Castiel/Magnus” pra continuar mostrando os dois. Me contem nos comentários as experiências de vocês com adaptação.

Até a próxima. <3

Hereditary – Review

Oi,

 

Esse filme foi mais uma surpresa boa que tive esse ano, me falaram que valia a pena assistir no cinema e resolvi dar uma chance. Valeu mais do que a pena. Quero aproveitar pra falar algo que me incomoda muito que é quando a pessoa fala que o filme é fraco ou ruim porque não teve muito sangue, mortes exageradas e cabeças rolando. Não existe só um tipo de terror e a quantidade de violência que tem no filme está longe de definir o quão pesado ele é. Alguns filmes de terror psicológico são infinitamente mais pesados que vários slashers sem precisar derramar uma única gota de sangue. Digo isso porque quando comentei no twitter e no instagram que assisti ao filme algumas pessoas falaram que acharam ele ruim e eu perguntei o motivo. E todas elas falaram a mesma coisa: “estava esperando mais mortes, algo mais sangrento, achei fraco.” Você não pode ir assistir um terror psicológico esperando um slasher… se você se decepciona tão fácil assim ao ponto de ignorar todo o roteiro genial do filme só por não ter tanto sangue quanto você queria ou não ter se apoiado em jumpscares e clichês de paranormalidade pra você sentir medo deveria pesquisar bem a proposta dele antes de assistir né? Eu não sou uma pessoa fácil de impressionar, não é qualquer filme que eu acho pesado. E esse filme tem uma carga emocional pesadíssima e o roteiro é mais cruel na essência do que qualquer filme de violência gratuita. Terror vai além do que sangue jorrando pra tudo quanto é lado e sustos óbvios e constantes. O melhor tipo de terror pra mim é aquele que explora nossos medos mais reais.

Hereditary (2018) – escrito e dirigido por Ari Aster e do mesmo produtor de The Witch (resenha aqui), o filme já começa com um clima desconcertante e sombrio em um funeral onde nos é apresentada a família de Annie (Toni Collete) composta pelo seu marido Steve (Gabriel Byrne) e seus filhos Peter (Alex Wolff) e Charlie (Milly Shapiro) se despedindo de sua mãe idosa. Desde o início a atmosfera palpável do filme te puxa pra dentro e te deixa com a sensação constante de que algo horrível está acontecendo e algo pior ainda vai acontecer mas você não sabe ainda o que é. O filme não se apoia em jumpscares e sim em uma atmosfera atordoante e pesada junto com uma trilha sonora ensurdecedora e impecável que te faz ficar grudado na cadeira e desconfiar de praticamente tudo que vê. Há quem diga que não achou o filme violento o suficiente mas eu discordo muito, pois além de um roteiro totalmente diabólico e macabro o filme possui cenas de violência explícita, apesar de focar mais no terror psicológico. Antes de chegar no seu desfecho e virar totalmente para o horror sobrenatural, o filme é mais voltado para o horror/drama familiar e mostra uma família totalmente desajustada tendo que lidar com o luto e uma sequência de acontecimentos horríveis que vão te deixar com um aperto no peito e gosto ruim na boca. A família de Annie possui um histórico de problemas psicológicos/psiquiátricos e o filme foca bastante nessa herança que é herdada e transmitida de geração para geração e o medo, ansiedade e todo ressentimento que isso pode causar nas pessoas. Desde o comecinho o diretor planta a sementinha do medo na nossa mente e ela vai crescendo e acumulando junto com a tristeza, angústia e bizarrice enraizada na casa e nos personagens. Tudo funciona muito bem no filme. O roteiro, as atuações (principalmente de Toni Collete que leva o filme inteiro nas costas com uma atuação impecável), trilha sonora, cenários, efeitos e um clima sufocante que foi retratado tão perfeitamente que é como se você estivesse lá. Essa transição do horror/drama familiar para o sobrenatural pode ter ficado meio confusa para espectadores mais desatentos que acabam não captando todos os detalhes da história de primeira. Na medida que o horror sobrenatural se instala cada vez mais são inseridos elementos grotescos e perturbadores. Aconselho a ficar bem atento e prestar bem atenção do começo ao fim, para não ficar se sentindo meio perdido nesse momento. O diretor soube usar muito bem o tempo para desenvolver a trama e construir bem os personagens e seus dramas antes de instalar completamente a ameaça sobrenatural. Não é um filme fácil de assistir e vai destruindo pouco a pouco a sua esperança por qualquer tipo de final feliz (assim que eu gosto). Eu particularmente estou amando essa nova safra de terror onde o psicológico é mais explorado e bem trabalhado do que apenas sustos sem sentido e mortes. Não deixem de assistir. É um filme que não traz apenas demônios paranormais, mas também os que vivem dentro de nós.

Até.

Incident in a Ghost Land – Review

Oi,

 

Me recomendaram esse filme esses dias e quando fui pesquisar e vi que era do mesmo diretor de Martyrs (2008), que é um dos meus filmes favoritos da vida, fui correndo baixar e fiquei morrendo de vontade de assistir. Para minha surpresa, bem diferente da maioria dos filmes, ele já começa num ritmo frenético e continua assim até o fim, deixando pouco tempo pra respirar e absorver o que está acontecendo. Lógico que comparando com a obra-prima que é Martyrs, deixa um pouco a desejar porém eu achei excelente e foi um dos melhores que vi esse ano até agora.

Incident in a Ghost Land (Ghostland), 2018 – Escrito e dirigido por Pascal Laugier, o filme conta a história de Colleen (Mylène Farmer), que após a morte de sua tia herda a casa da falecida e se muda pra lá com suas duas filhas: Beth e Vera (Crystal Reed e Anastasia Phillips). Logo na primeira noite na casa, a vida das 3 muda de uma forma trágica e isso acaba afetando as personalidades das duas meninas profundamente pra sempre. O filme já começa impactante e te deixa hipnotizado. A sensação de tensão, medo e desespero é passada perfeitamente para o espectador. Laugier sabe como ninguém como torturar e prender o seu público na cadeira. Aprendi isso em Martyrs. Ele não pega leve na hora de pesar a mão na brutalidade e não tem medo nenhum de traumatizar quem está assistindo. Um roteiro digno de deep web. As atuações são super afiadas e o filme é bem dinâmico e preciso. Não fica chato nem cai no tédio em nenhuma parte. Não posso deixar de citar que logo na primeira cena do filme Lovecraft é citado e já me conquistou, porém não achei que tiveram tantas referências como eu gostaria. Indigesto, perturbador, doentio e cruel. Ainda levanta algumas questões sobre alguns problemas psicológicos. Como quando uma pessoa que sofre algum trauma, inconscientemente, acaba usando sua própria mente como refúgio. Não deixem de assistir.

 

Até.

The Eyes of My Mother – Review

Oi,

 

Vocês não imaginam a minha felicidade sempre que assisto um filme de terror bom o suficiente que me deixe com vontade de postar aqui. Comentei esses dias que está mais fácil encontrar a felicidade do que um filme de terror bom atual. Mas eu sou insistente e sempre encontro alguma coisa por aí. Desde que bati os olhos nesse filme eu tive certeza que eu ia gostar mas não imaginei que seria tanto e foi bem diferente do que eu esperava mas de uma maneira positiva. Não sei como não assisti ele antes.

The Eyes of My Mother (2016): escrito e dirigido por Nicolas Pesce, o filme é um conto mórbido sobre a solidão e a maldade humana dividido em três partes (Mãe, Pai, Família) que conta a história da jovem Francisca (Kika Magalhães) que acabou ficando sozinha na fazenda em que vivia com sua família. A fotografia do filme é belíssima e o fato de ser em preto e branco deixa tudo mais incômodo, intragável e perturbador. A atmosfera sombria e silenciosa em conjunto com a tensão do roteiro vai te causar uma sensação de mal-estar do começo ao fim. Apesar do filme se passar em uma fazenda isolada nos EUA, a família possui laços com Portugal e os personagens falam Inglês e Português. Eu enxerguei na Francisca um pouco de Norman Bates (Psycho) e me remeteu muito aos filmes The Night of the Hunter do Charles Laughton e Kárhozat do Béla Tarr, o que me fez gostar mais ainda do filme. Ao longo dos três atos podemos observar o crescimento da personagem e a sua psicopatia aflorando aos poucos. Apesar da violência não muito explícita, não anula nada o quão doentio esse filme é. Não possui muitas falas e mesmo assim consegue proporcionar um clima inquietante. São 76 minutos de filme e vale cada segundo assistido. Não é nada previsível e também não é um filme para todos.

“A solidão pode fazer coisas estranhas com a mente.” O filme retrata a dor da perda, o medo da solidão e as consequências catastróficas que isso pode causar na mente de uma pessoa. Delicado, poético, tenebroso e perturbador. Não deixem de assistir.

   

até a próxima.