Category Archives: Gatos

Adaptação: Como introduzir um novo gato em casa

Olá,

finalmente apareci por aqui e dessa vez pra falar sobre algo que eu amo muito e que vocês pediram bastante: gatos. Vou contar um pouquinho como está sendo a adaptação do Magnus com o Castiel.

Acho que todo mundo sabe que eu sempre quis trazer um irmãozinho pro Castiel mas nunca consegui. Como eu trabalho de casa e quase nunca saio, o Castiel é muito apegado a mim. Quando saio de casa ele só come quando eu volto e quando preciso viajar é pior ainda. Ele sempre me acompanha até a porta e está sempre lá quando eu volto. É meu companheirinho. Dorme comigo, come comigo, acorda comigo, me segue pela casa… ele também é muito possessivo e ciumento e sempre que eu tentava procurar outro gatinho ele já mudava totalmente de comportamento. Eu já estava conformada em ter um filho único.

Mês passado de manhã bem cedo, vimos um gatinho filhote em cima de um muro na minha rua desesperado miando. Não pensei duas vezes e fui lá buscar ele. Fico pensando em quantas pessoas passaram por ali e ignoraram completamente. Isso me deixa muito triste. Eu leio bastante sobre gatos no geral e ano passado fiz um técnico em veterinária então eu já sabia que eu não podia deixar ele ter nenhum contato com o Castiel e nem com as coisinhas dele antes de fazer alguns exames principalmente FIV e FELV. Na minha cabeça eu já estava conformada que o Castiel não aceitaria ele e seria apenas um lar temporário. Até falei no meu primeiro story que fiz sobre que não poderia ficar com ele. Já tinha até uma menina interessada nele (inclusive desculpa, ela queria muito e eu fiquei pra mim no final).

Deixei ele em um quarto que o Castiel não costuma usar muito, dei ração e água (ele tava com tanta fome que fazia barulhinhos enquanto comia) e liguei  pra veterinária do Castiel pra levar ele lá pra fazer os exames. Felizmente deu negativo pra FIV/FELV, ele estava sem pulgas por incrível que pareça e demos vermifugo pra ele também. Isso é muito importante ok? Nunca deixe seu gato ter contato com um que você trouxe da rua sem fazer os exames.

Não preciso nem falar que eu já estava completamente apaixonada por ele, comentei até que não entendia como as pessoas conseguiam dar lar temporário. Eu não tenho psicológico pra isso, eu já não sabia viver sem ele e fazia só 1 dia que ele tinha me achado (eu acho que ele que me achou, assim como o Castiel).

Começou então minha jornada de adaptação. A primeira coisa que vocês precisam ter na hora de introduzir um gatinho novo em casa é PACIÊNCIA. Não adianta apressar as coisas que vai ser pior. Pode demorar semanas ou até meses. Se você apressar as coisas pode ser que eles nunca se acostumem de fato, só comecem a tolerar um ao outro. Ao contrário do que muitos pensam, os gatos não são solitários, eles conseguem sim ser sociáveis mas gostam das coisas bem resolvidas em casa e que respeitem o espaço deles. Eles são na verdade territorialistas. Por isso essa adaptação e mudança de rotina é extremamente estressante pra eles e todo cuidado é pouco.

A primeira coisa que eu fiz foi fazer um quartinho pro Magnus com todas as coisas que um gato precisa: comida, água, caixa de areia, brinquedos, caminha e arranhador. É importante cada gato ter suas próprias coisas nesse início pra não dar briga ou então ter coisas suficientes pra eles dividirem sem nenhum desconforto. Mantive eles separados e comecei a deixar eles se olharem pela fresta da porta pra sentirem o cheiro um do outro. No começo o Castiel bufava, rosnava e miava grosso pra ele. Achei até engraçado porque depois de ver o Castiel fazendo, o Magnus começou a imitar e a fazer igual. Aos poucos fui colocando eles juntos. Primeiro deixei o Castiel entrar no quarto que ele estava e cheirar tudo. Larguei o Magnus pela casa também pra conhecer. Primeira vez que deixei eles juntos eu coloquei o Magnus na caixinha de transporte fechada e deixei o Castiel ver bem e cheirar bem ele por ali.

Muito importante: por mais que seja difícil, nunca mime o gato novo na frente do outro, isso só vai deixar ele se sentindo mal, com ciúmes e com raiva do pequeno e vai dificultar ainda mais o processo.

Pra minha surpresa, o Castiel não reagiu tão mal a ele. Comecei então a deixar eles juntos em alguns momentos do dia para brincar. Sempre dando bastante petiscos e brincando o máximo possível com eles. Na medida que fui sentindo mais segurança, fui aumentando a frequência. Me assustei um pouco no começo porque eles brincam de lutinha e o Castiel tem 6kg. Magnus não tinha nem 800 gramas quando chegou aqui. Agora já está com 1,5 kg. Eu achava que o Castiel ia matar ele. Mas fui pesquisar e vi a diferença entre brincadeira e uma briga real de gatos. Mas mesmo assim, eu ainda separo algumas vezes quando acho que está muito intensa a luta. Outra dica é passar essência de baunilha nas costas deles. Pra ficarem com o mesmo cheiro. Isso ajuda muito na adaptação.

Passei a deixar eles cada vez mais tempo juntos mas sempre supervisionando. Na hora de dormir eu ainda trancava ele no outro quarto pro Castiel não ficar com ciúme porque ele dorme comigo na minha cama.

Em menos de 2 semanas eles já estavam se dando banho e dormindo juntos. Pra minha surpresa. Acho que nunca fiquei tão feliz. Isso vai depender muito da personalidade de cada gato e se o santo vai bater ou não. Eu acho que era pra ser, sempre quis e nunca consegui e dessa vez deu certo!

Quanto a ração: o Magnus precisa comer ração de filhote até completar um ano e o Castiel come pet delícia (que é alimentação natural) e ração pra gatos castrados. A Pet Delícia eu posso dar pros dois mas não consegui encontrar um jeito de um não comer a ração do outro. Principalmente o Magnus. Ele só quer a do Castiel. Tentei de tudo. Então minha solução foi misturar as duas. O Castiel precisa ter o pote com ração sempre cheio senão ele surta. Por isso ainda mantenho a seca em casa mesmo ele comendo pet delícia. E por isso colocar em cômodos separados só na hora de comer não funcionou. Porque precisa ter sempre ração no pote dele. Não funcionou também colocar a do Castiel em um lugar alto porque o Castiel não é do tipo que escala, mas o Magnus sim! Ele sobe em tudo.

Hoje em dia já tenho confiança de deixar os dois sozinhos, mas ainda preciso separar em alguns momentos porque o Magnus tem muita energia e o Castiel as vezes quer descansar e ele não deixa. Eu passei esse último mês sem conseguir dormir mais de 4 horas por dia porque fiquei em função deles. Por isso digo: paciência.

Castiel é castrado e está com 4 anos. Magnus tem 3 meses e só vai ser castrado com 6 meses.

Cada um tem sua caixinha de areia e por algum motivo eles usam uma pra xixi e a outra pra cocô.

Lembrando: essa foi a minha experiência. Pode demorar bem mais. E se já faz mais de ano e seus gatos não se acostumaram ainda  é bom você tentar refazer a adaptação. Gatos que são amigos se dão banho e dormem juntos! Se eles não fazem isso, provavelmente só se toleram.

Com calma e paciência tudo vai dar certo sempre.

Espero ter ajudado. Tenho um destaque “Magnus” no meu Instagram que mostrei tudo desde o primeiro dia e criei um “Castiel/Magnus” pra continuar mostrando os dois. Me contem nos comentários as experiências de vocês com adaptação.

Até a próxima. <3

E se os gatos desaparecessem no mundo?

Oi.

 

Hoje eu vim trazer um filme um pouquinho diferente dos que eu costumo indicar aqui. Apesar de ser fã de horror no geral, não é só esse tipo de filme que assisto. Quando li o título desse filme eu logo já torci meu nariz e me fechei totalmente pra ele. Mas fiquei instigada e acabei assistindo. Como uma amante dos gatos, foi o título mais assustador que já vi na vida.

If Cats Disappeared From The World (Sekai Kara Neko Ga Kietanara), 2016 – Um filme japonês baseado no romance “Sekai Kara Neko ga Kieta nara” do produtor Genki Kawamura (que é um dos produtores dessa adaptação realizada por Toho) e dirigido por Akira Nagai, conta a história de um carteiro sem nome (Takeru Sato) que mora sozinho com seu gato e descobre estar com um tumor cerebral inoperável e mortal. Ele só possui alguns dias de vida. Ao chegar em casa, se depara com uma “cópia” dele mesmo sentada no sofá. O “visitante” em essência soa como o diabo e afirma para o carteiro que ele morrerá no dia seguinte. Porém, faz uma proposta quase que irrecusável. Ele terá um dia a mais de vida por cada coisa que ele permitir que o demônio remova da face da terra. A partir daí, o protagonista começa a perceber aos poucos o que importa realmente na vida e como uma pequena coisinha pode mudar o rumo de tudo. Entra em uma jornada de lembranças de suas experiências com amigos, familiares e relacionamentos amorosos. Pouco a pouco ele vai sentindo a solidão tomar conta e percebe que certas coisas são insubstituíveis e de nada vale estar vivo sem elas. O filme é um pouco parado pra quem não está acostumado com filmes japoneses, mas o roteiro é muito envolvente. Um verdadeiro drama existencialista. Apesar das implicações desastrosas com o nome, não é um filme sobre gatos desaparecendo (ufa!). E se você for amante dos felinos como eu, vale muito a pena assistir. O filme é muito sensível e possui uma grande profundidafe emocional. Seria muito fácil se livrar de coisas que não se gosta e logicamente não é assim que funciona.

“Para conseguir alguma coisa temos que perder alguma coisa.”

O “diabo” que escolhe o que vai tirar e são sempre coisas de grande valor emocional para o protagonista que quando são apagadas, todas as conexões e lembranças relacionadas também desaparecem, levando com elas amores e amizades muito importantes. Cada item retirado nos faz mergulhar cada vez mais dentro da mente do protagonista.

“Se os gatos desaparecessem no mundo, como esse mundo mudaria?
Se eu desaparecer no mundo, quem na terra ficaria triste por mim? “

O filme foi gravado em Hakodate e Hokkaido, no Japão; Buenos Aires e Cataratas do Iguaçu. A fotografia é maravilhosa. E de quebra temos a companhia de gatinhos lindos e companheiros daquele jeitinho só deles. Que só quem tem gato vai entender quando ver. Meu coração ficou muito quentinho com algumas cenas. O filme passa uma mensagem linda sobre a vida.

Assistam e me contem depois. 🙂

Meu gato precisa sair sozinho para ser feliz?

Oi,

Passei aqui hoje pra falar sobre algo que eu acho muito importante. Sei que muitos discordam de mim a respeito disso e primeiramente eu gostaria de dizer que eu sei que ninguém quer o mal pro próprio bichinho e que todo mundo faz com as melhores das intenções o que julga ser melhor para ele.

Existe esse mito de que os gatos precisam ser livres para sair quando quiserem sozinhos. Eu discordo totalmente. A maioria das pessoas vai dizer que “o gato volta”. Sim, ele volta. Até não voltar mais. Todos os dias eu vejo casos de gatos desaparecidos que não voltaram pra casa e também de gatos que voltaram mutilados ou foram encontrados machucados em condições horríveis ou mortos. Existem vários perigos na rua. Eles podem encontrar cachorros bravos, podem contrair doenças, podem ser roubados, podem entrar em uma briga, podem ser atropelados, envenenados ou espancados por gente que não gosta muito de gatos. Sim, eles são independentes, curiosos, adoram explorar ambientes externos e novas aventuras. Muita gente fala que o gato fica infeliz quando não sai. Mas é seu gato que fica infeliz ou é você que não dedica um tempo para brincar com ele todos os dias e deixar coisas pela casa para instigar a imaginação dele? O seu gato não precisa sair na rua sozinho para ser feliz, sua obrigação é transformar sua casa num ambiente que faça ele se sentir entretido, feliz e confortável longe dos perigos da rua. E os gatos ficam mais do que satisfeitos com as descobertas que fazem dentro de casa. Não é só adotar o bichinho e deixar ele jogado ali. Desse jeito ele vai ser infeliz mesmo. Eu brinco umas 2 vezes por dia no mínimo com meu gato e ele fica exausto e já é o suficiente pra ele por exemplo. Quando eu quero levar ele pra passear na rua eu vou junto e ele usa uma coleirinha de peito. O ideal é ter as janelas e muros telados, mesmo se você morar em casa. Não é nem muito caro “gatificar” a sua casa. Eles ficam felizes com coisas muito simples. Você mesmo pode criar brinquedos, prateleiras e casinhas para eles. E se você tiver condições e ele aceitar, você pode adotar um irmãozinho pra ele. Vejo muita gente falar “mas meu gato é macho e é difícil manter ele dentro de casa porque não é castrado”. Primeiro, por que diabos ele ainda não é castrado? Hoje em dia existem várias ONGs e projetos de castração para te ajudar com isso. E outra, deixando seu gato macho sair por aí sem ser castrado vai aumentar ainda mais a quantidade de gatinhos abandonados por excesso de reprodução. Serve para as fêmeas também. Outra coisa que já ouvi muito “peguei meu gato da rua e ele está acostumado e não consegue ficar dentro de casa ou ele sempre saiu como vai se acostumar agora?”. De novo: você precisa transformar a sua casa num ambiente tão atraente para ele quanto a rua. Esse é o segredo. “Mas gatos que ficam dentro de casa são obesos”, ele não será obeso se tiver uma alimentação balanceada e adequada e uma rotina de exercícios diários (brincadeiras e etc). “Meu gato fica seguro porque só anda por uma área próxima de casa”, muita coisa ruim pode acontecer mesmo dentro de uma área próxima a sua casa. Então se você quer mesmo deixar seu gato passear na rua, treine ele com a coleira e leve ele pra passear.

Mais uma vez eu reforço: se seu gato está infeliz não é porque ele sai de casa ou não. Existem várias razões pra isso, essa não é uma delas. Ele pode passar muito tempo sozinho, sua caixa de areia pode não estar limpa o suficiente, ele pode não ter brinquedos para se distrair ou sua cama pode estar em um lugar que ele não gosta muito. Sua alimentação pode não estar sendo adequada e sua água pode não estar fresca e limpa. Ele pode não estar recebendo a atenção que gostaria. Ele pode estar doente ou com alguma dor. É importante sempre manter as vacinas em dia e levar sempre ao veterinário para um acompanhamento. Se todas as necessidades básicas dele estiverem perfeitamente cobertas, ele não vai ser infeliz. Ele vai ser o gato mais feliz do mundo. Mesmo dentro de casa. Pensar que a felicidade do gato depende das saídas dele para a rua é um pouco de preguiça na minha opinião. Esse mito está enraizado e é longe de ser verdade. A expectativa de vida de um gato que vive nas ruas é em média 4 anos e a de um gato que vive em casa é 20. Pra mim é uma matemática bem simples. Quem ama cuida.

 

Um beijo meu e do Castiel.