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Medianeras – Review

Oi!
Ontem estava passando os canais e acabei começando a assistir um filme que estava passando. No começo não dei muita bola mas depois de um tempo notei que estava completamente presa a ele. Sou muito fã de filmes estrangeiros e a maioria deles me marca de alguma forma.

Medianeras (Sidewalls, 2011) – Escrito e dirigido por Gustavo Taretto, o filme se passa em meio ao caos de Buenos Aires e conta a história de duas pessoas particularmente neuróticas e bastante solitárias que foram feitas uma para a outra e são basicamente vizinhas e apesar de se cruzarem várias vezes, nunca se encontraram.

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Martin é agorafóbico e Mariana tem fobia de elevador. Me identifiquei muito com ambos. Retrata muito bem como o isolamento urbano e a internet aproximam e afastam as pessoas de uma maneira que chega até a ser perturbadora. Mostra bem a solidão vivenciada pelas pessoas nas grandes metrópoles. Acho que é muito fácil se identificar e compreender o filme pois descreve bem a realidade de alienação da era atual da internet. A solidão cotidiana em meio a arquitetura (que é muito bem explorada) é muito familiar. Mariana menciona várias vezes os livros de “Onde está o Wally” e isso me chamou atenção logo de cara. Já tive todos eles e sempre gostei muito. Fora que na cena final do filme, Martin, está vestido exatamente como Wally. Como não amar um filme com uma sacada dessas?

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Beijos.

Stranger Things – Review

Oi.

Esse fim de semana terminamos Stranger Things no mesmo dia em que começamos. Por isso vamos indicar pra vocês.

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Stranger Things – Série original da Netflix dos diretores Matt and Ross Duffer (Duffer Brothers) esse sci-fi horror traz muita nostalgia para quem é fã de filmes dos anos 80. A história acontece em 1983 e gira em torno do desaparecimento misterioso de Will (Noah Schnapp). Will faz parte de um grupo de amigos composto por ele e mais 3 garotos que saem a procura dele. Se você é fã de filmes como The Thing, Poltergeist, E.T., Alien, Freaks and Geeks, Carrie, Stand by Me, The Goonies, Close Encounters of the Third Kind e outros semelhantes eu não tenho dúvidas que a série foi feita pra você. Me remeteu até The X-Files que é a minha série favorita da vida e também Twilight Zone. Stranger Things foi pra mim o que Super 8 não conseguiu ser. O elenco fez seu papel perfeitamente. Principalmente as crianças. Winona Ryder também está no elenco adulto da série. Stranger Things é um aglomerado de referências do cinema atual e da década de oitenta, com referências tão claras de clássicos da ficção científica nos elementos primordiais de composição: cenário, figurino e principalmente a fotografia. A fotografia é perfeita, muita cor, muita composição de luz, muito trabalho sinergético de temperaturas, mas periodicamente trazendo mais a tonalização fria aos ambientes de ação e clímax. Mas vamos começar pela abertura: que abertura absurda. Ela é linda, limpa, harmônica e submerge tanto à uma sensação quase que subconsciente a um tempo que não volta mais. Não importa se você não nasceu na década de oitenta. Ela nos remete à uma impressão analógica e particularmente me lembrou muito as aberturas de filmes em VHS (bom, se você nunca assistiu nada em VHS talvez não te remeta a nada mesmo, mas o movimento do título é típico de um cinema hollywoodiano que eu não vejo mais e que eu tenho medo que não volte). A trilha sonora vai de jefferson Airplane, Peter Gabriel numa versão maravilhosa de “Heroes” do David Bowie a The Clash, New Order, Joy Division e mais algumas bandas incríveis que trazem toda a década de 80 à trilha da série. Só pela trilha ela já vai te convidar logo no primeiro episódio. Todas as referências literárias, cinematográficas e habituais de Stranger Things dialogam com fidelidade à estética anos 80 – low tech – nerd. É perceptível encontrar referências de David Lynch na forma de se criar suspense e até a própria narrativa do desenrolar da história remete muito a Twin Peaks. Trabalhando com um lado sobrenatural desconhecido e não-terrestre. Algumas cenas específicas dos episódios finais nos trazem de imediato “Under The Skin” de 2014 do Jonathan Glazer na cabeça; um filme muito atual e que é bem nítida a semelhança referencial tanto do enredo da cena quanto do cenário e, obviamente, os planos, cortes e movimentos. Praticamente idênticos.

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Sobre a atuação a Winona Rider tá incrível, como sempre. Mas o que encanta é o relacionamento das crianças, como elas são fieis e como a série mostra a sabedoria genuina que todos temos dentro da gente durante a infância e como ela nos transporta à um sentido de amizade que se perde no decorrer do tempo. Quanto mais envelhecemos menos compreendemos o real sentido da amizade, porque o material, o dinheiro e os interesses pessoais passam a ser prioridade e muito mais importantes do que o coletivo e as pessoas que nos cercam. São 3 personagens extremamente fortes, em qualquer que seja o sentido: literal, figurado, o que for. Eles são personagens com uma presença, carisma e fidelidade à infância extraordinários. E quem já trabalhou ou já presenciou o quanto é difícil trabalhar com crianças no cinema sabe que fazer uma série com três como personagens centrais não é tarefa simples. É uma série com tantos elementos recordáveis, com uma essência tão sentimental e quase íntima pra quem viveu durante esse tempo ou pegou a época das fitas em VHS, locadoras, jogos de RPG de mesa, fitas cassete, walkman… conseguindo conquistar até mesmo o público mais jovem resgatando um lado puro e essencial da diversão, da brincadeira e dos jogos: a imaginação. Algo primordial que se perdeu muito na atualidade, onde estamos cercados por telas, imagens e jogos de qualquer tipo que acaba se tornando uma fonte anestésica, atrofiando a imaginação e o quão eufórica e intensa ela pode ser. Confesso que é uma série que emociona não pelo tema, nem pela narrativa ou pelo desfecho, mas pelo que ela propõe: resgatar uma sensação que não vai voltar mais. E por saber disso e ter vivido é que tudo fica mais triste. Parece que a gente anda cada vez mais perdendo o gosto pelo toque (que não seja uma tela), pelo movimento e pela simplicidade das coisas.

Me contem nos comentários o que acharam ou estão achando da série. Beijos.

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Débora e Luca

Filmes baseados em histórias reais

Oi, pessoal. Tô passando aqui pra indicar dois filmes baseados em histórias reais que assisti recentemente: An American Crime e 3096 Days. Os dois estão disponíveis na Netflix e são bastante angustiantes.

An American Crime, protagonizado pela Ellen Page, conta a história de duas meninas que foram deixadas pelos pais aos cuidados da mãe de umas colegas da escola enquanto os pais estavam viajando a trabalho. O desenrolar da história é extremamente perturbador e revoltante. É um daqueles filmes em que a gente se pergunta como a humanidade consegue ser tão inacreditável e cruel com a sua própria espécie. Não somente pelo lado físico, mas principalmente pela pressão psicológica e traumática que o filme te faz submergir.

PS: esse filme remeteu muito a uma experiência artística incrível feita pela artista performativa Marina Abramovic que nos gera, no mínimo, uma reflexão absurda sobre o comportamento e a maldade humana. Link do vídeo: aqui. (Infelizmente só esta disponível o vídeo com legenda em inglês e áudio em inglês, ou um outro vídeo falando sobre a performance com áudio em espanhol; aqui).

 

3096 Days é um filme sobre os 3096 dias em que Natascha Kampusch ficou presa em cativeiro pelo lunático Wolfgang Přiklopil. É angustiante ver, mesmo que através de um filme ficcional, o que a menina passou. Perdendo praticamente toda a sua infância e adolescência trancafiada em um cubículo sem luz natural alguma, somente com uma entrada de ar, sem janelas, passando fome e sendo cruelmente abusada pelo seu sequestrador, principalmente de forma psicológica.

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Starry Eyes – Review


Oi, pessoal.

Ontem postei um pequeno trecho de um filme no Twitter e disse que se fosse bom eu recomendaria aqui no Blog.

O filme se chama Starry Eyes (2014) e conta a história de Sarah, uma atriz que, como muitas tem o sonho de ser famosa e vive uma vida cercada de pessoas que ela não se identifica, trabalhando infeliz numa lanchonete para se manter enquanto esperançosamente busca ser chamada para um papel importante num filme.

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Starry Eyes, que está disponível na Netflix, é um terror que une dois extremos em um filme: começando por um conflito psicológico e posteriormente englobando uma estética gore. O que mais chama a atenção no filme, além da mudança física e psicológica da personagem central, é o mix de referências que é possível identificar. Ele nos remete de relance à Cidade dos Sonhos, de David Lynch, principalmente pela relação misteriosa e sutilmente simbólica entre os personagens (protagonista, a direção de atores, produtor), nos lembrando de O Bebê de Rosemary do Polanski nas cenas finais, com uma pegada mais visceral e sangrenta. Sem sombra de dúvidas o mais interessante do filme é como ele vai de um extremo a outro, atingindo tanto diretamente da atuação da protagonista quanto pelo ritmo fílmico, narrativo e nos cortes de câmera. Num determinado momento a gente percebe que se trata de um Thriller ou no máximo um terror psicológico, até que o filme se torna muito mais pesado, sanguinolento e com referências explícitas de trash e gore. Pelo que notamos o filme é muito pouco falado e que foi até um tanto quanto ignorado, mas ao todo está longe de ser considerado um filme ruim para o que se propõe ao gênero; embora também não se aprofunde muito cinematograficamente.

O filme é dirigido por dois diretores: Dennis Widmyer e Kevin Kolsch. Algumas cenas são muito boas, ainda mais pra quem curte muito sangue (o que inicialmente a gente nem imagina que vá se desenrolar durante o filme), a atuação da atriz protagonista Alex Essoe está muito boa, principalmente pela composição do personagem que dialoga com a ideia metalinguística do roteiro, trazendo um contraste grande na postura do mesmo, e pra quem gosta da pegada de rituais satânicos dos filmes antigos é um prato cheio. Detalhe pra trilha sonora que também é ótima.

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Se assistirem comentem ou se já assistiram, também. Beijos.

Débora e Luca

Making a Murderer

Oi pessoal, passei aqui hoje pra indicar um documentário da Netflix que assisti e fiquei completamente vidrada e viciada.

Making a Murderer conta a história real de Steven Avery que passou 18 anos na cadeia por um crime violento que ele não cometeu. E quando ele finalmente é inocentado, não acaba por aí. São 10 episódios que te deixam completamente confuso e hipnotizado se questionando o tempo inteiro. Eu senti uma mistura de raiva e tristeza durante todos os episódios. Quase morri do coração. É tudo ambíguo e questionável. Tem horas que realmente dá um puta nó na cabeça. Mostra direitinho como o sistema às vezes esquece do seu real objetivo que é fazer justiça e procurar por verdadeiros culpados. Recomendo muito. É da Netflix.

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(Tenho uma página no facebook agora pro blog, quem quiser curtir está aqui.)

Deixem comentários sobre o documentário. Beijos.